quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Alô!

Há mais de três meses que ninguém coloca um postesito?
A malta desse tempo tem sempre qualquer coisa para contar, qualquer coisa para recordar.
Não foi o Botinhas que ficou de ir alimentando aqui o blog? e os outros ? Claro que também estou aqui neste grupo e prometo que vou voltar.
Acordem.
Há um blog que fala muito em presidentes (assim mesmo com letra pequenina) de câmara. faz projecções com gente que não é daqui e acirra a malta para criar um movimento.
E se este blog dinamizasse isto? O tal Movimento Cívico!
Um abraço para todos.
FV

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem, pode ser que o Valério (LNF 618) me leia

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Não se pode falar do meu colega e amigo JOSÉ VALÉRIO TAVARES RIJO, o homem das "Quatro Estradas", sem falar do epigrama de Bocage, que se apresenta um pouco mais abaixo.
(...Influenciados pelos epigramas gregos e latinos, e especialmente pelos do epigramista latino Marcial, os escritores portugueses do século XVIII compuseram um grande número de composições dessa natureza, atacando, entre outros, classes profissionais (médicos, oficiais de justiça, barbeiros), mulheres, bêbedos e inimigos em geral).


Levando um velho avarento
Uma pedrada no olho,
Põe-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
"Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro eu dou por isso."


Com a declamação deste epigrama, Valério Rijo conseguiu o primeiro lugar de declamação numa récita liceal.
A sua mímica, aliada ao seu sinal facial característico, davam-lhe um poder interpretativo, dramático, que fazia dele um excelente declamador.
Era impossível não gostar dele, como amigo e colega, e também como artista.
Lembro-me da nossa despedida , nas grades do Liceu, do lado da Capela de Santo António, em Junho de 1968, olhando já com saudades o velho edifício liceal, onde passáramos sete dos melhores anos da nossa vida.
Encontrámo-nos depois na RUPN (Residência Universitário Pedro Nunes), na Rua Pedro Nunes, Nº 2, nas Picoas em Lisboa.
Residência universitária dos SS (Serviços Sociais), habitada, segundo um relatório da PIDE/DGS, a que tivemos acesso mais tarde,"algarvios, alentejanos e demais gente de mau porte".
De facto os 4 andares que formavam a residência eram na sua quase totalidade habitado spor estudantes do Algarve, Alentejo e Brasil.
Cedo os dotes artísticos declamativos de Valério Rijo doram descobertos na RUPN, e houve quem tivesse montado um ritual, em que diversos estudantes declamavam, perante toda a residência (eram aí uns cinquenta estudantes apinhados num quarto de 15 metros quadrados).
Reginaldo Faria Gonçalves, o homem de Tunes, aproveitando então a habilidade declamativa de Valério, combinou com alguns outros colegas mais velhos, uma sessão em que apareceu um "crítico literário"(não era mais do que um colega de outra Faculdade, salvo erro da Faculdade de Ciências).
O quarto de Reginaldo estava apinhado.
Estou a ver a cena.
Separados pelo tampo da escrivaninha, Valério lia os poemas, enquanto do outro, o "crítico literário", mordiscando um cachimbo para não rir, e escondendo as lágrimas por trás de uns espessos óculos de lentes não graduadas, fazia o seu papel.
No final, perante a crítica extremamente positiva, e com a promessa de se contactar o escritor José Régio, na altura docente em Portalegre, Valério, em lágrimas é levado em ombros pelos diversos pisos da RUPN.
Confesso que ainda hoje desconfio que Valério sabia que tudo não passava de uma brincadeira, e que até ao fim esteve a "gozar o pratinho".
Espero que assim tenha sido.
No fim tudo se esclareceu, quando num almoço na Faculdade de Ciências, a que recorríamos muitas vezes, dada a falta de qualidade da cantina do IST, Valério Rijo encontrou o falso crítico, que mais não era que um colega também com dotes artísticos.
Espero que Valério me leia e que ainda o possa contactar em vida.
Um abraço do teu amigo
hp

4 de julho de 2008 às 19:51

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